segunda-feira, 22 de março de 2010

Plantar uma floresta

Quem planta uma floresta
planta uma festa.

Planta a música e os ninhos,
faz saltar os coelhinhos.

Planta o verde vertical,
verte o verde,
vário o verde vegetal.

Planta o perfume
das seivas e flores,
solta borboletas de todas as cores.

Planta abelhas, planta pinhões
e os piqueniques das excursões.

Planta a cama mais a mesa.
Planta o calor da lareira acesa.
Planta a folha de papel,
a girafa do carrossel.

Planta barcos para navegar,
e a floresta flutua no mar.
Planta carroças para rodar,
muito a floresta vai transportar.
Planta bancos de avenida,
descansa a floresta de tanta corrida.

Planta um pião
na mão de uma criança:
a floresta ri, rodopia e avança.

Luísa Ducla Soares,
A Gata Tareca e Outros Poemas Levados da Breca, Teorema

Aprendi

Para ser feliz
muito aprendi.

Para aprender
a sofrer
muito sofri.

Para aprender
o que hoje sei
muito tremi.

E sempre que sofro
aprendo a...
ser feliz

Xana

Ao ver-te desvanecer

Ao ver-te desvanecer
tento encontrar forças para lutar
na minha vida entraste sem eu me aperceber
e esta verdade ninguém pode ocultar.

Por entre os caminhos que traçámos
eu sigo sozinha e vejo esta caneta deslizar
ao ritmo dos sentimentos que cruzámos
e ao sabor de cada lágrima que cai no mar.

Peço-te que não fujas mais
e que me mostres o que estás a sentir
os meus dias sem ti são banais
e já não tenho razão de existir.

Uma pétala esvoaça no ar
com o brilho e frecura do amanhecer
no teu rosto vejo o reflexo do meu olhar
mas és tu quem não me quer conhecer.

Nesta noite acesa de luar
saí à rua para te ver
mas desta vez resolveste não brilhar
para meu grande entristecer.

Então vagueio pela noite sem ter direcção
porque apenas te quero encontrar
preciso de ti para voltar a ter inspiração
e para neste caderno me voltar a expressar.

Inês Marques 9ºD

Por que há estrelas no céu

Foi Deus que criou
A Terra e o céu
E não se enganou
Nem se esqueceu

Não se esqueceu
De nenhum pormenor
O Inverno é frio
E no Verão há calor

Pintou de azul
O céu e o mar
Desenhou a lua
À noite a brilhar!

Com as suas mãos
Moldou o sol
E os seus raios quentes
Vermelhos como um farol!

A Terra era
Uma mistura de cores
A mais bonita de Primavera
A estação das flores!

Era tudo tão perfeito
Todo aquele brilho
Mas havia uma coisa
Que ainda não tinha feito
Mas que grande sarilhão!
De dia…
Tudo tinha luz e cor
Mas à noite…
Nada mais tinha sabor!

Toda aquela magia
Na escuridão mergulhava
Naquele infinito preto
Só a lua brilhava!

Foi então que Deus
Teve uma ideia
Dar companhia à lua
Que à noite vagueia!

Numa panela juntou
Branco, brilho e luz
Vamos saber agora
Aquilo que produz!

Aquelas pontinhas brancas
Deu o nome de estrelas
Foi difícil escolhê-lo
Por serem tão belas!

Colou-as espalhadas
Junto às luas solitárias
Agora fazem-lhe companhia
Na sua rotina diária!
Foi assim que apareceram
As estrelas no céu
Foi Deus que as criou
Mas quem as olha sou eu!

Sofia Aurélio 8º D nº 23

segunda-feira, 15 de março de 2010

A poesia

Poesia é elegância
O sonho libertado
Estrofes de extravagância
Somente encantado
Ironia na caneta
Amor em cada letra.

Ana Cláudia Rebelo, 8ºD

Escrever

Todos nos pedem
Para escrever
Mas não tenho ideias
Nem me apetece fazer!

Poemas, prosas
Textos sem fim
Não quero escrever
É difícil para mim!

Para quê escrever?
É mais fácil falar
Expressamo-nos melhor
E não há tinta para gastar!

Escrevo um poema
Escrevo uma carta
É só letras e pontos
Que até farta!

Não quero escrever
Nos próximos mil anos
Porque entendo melhor
Quando falamos!

Por isso,
Não me peçam para escrever
No máximo, dos máximos
Este poema posso ler!

SOFIA Aurélio, 8ºD

A poesia como uma classe

A poesia é uma classe
E como todas as outras
Tem constituintes!
Mas esta classe é especial,
Porque dentro de si
Tem um pouco de alguém!
Alguém que sofre, ama
E é feliz
Alguém que é poeta!

TELMO COSTA, 7ºB

Ser poeta

Ser poeta
É saber sonhar
Dar largas à imaginação
E poder voar.

Ser poeta
É saber escrever
Para todos maravilhar
Ao ler o poema.

Ser poeta
É saber pensar
Mais alto que os outros
Ao imaginar.

Ser poeta
É saber parar
Pois todos nós
Temos de descansar.

Maria Teresa Manzarra, 7ºB

Um poema é...

Um poema é um sorriso,
Uma lágrima,
Um grito de alerta ou de desespero.
É aquele que calado diz tudo
E que parado nos consola,
Para sempre,
Um poema não se esquece!

Raquel Freitas; 7º B

Dia da Poesia

É no dia 21 de Março que se celebra o Dia da Poesia,a Natureza juntou-se a este grandioso evento com a celebração do Dia da Árvore e o início da Primavera.
Nós quisemos assinalá-lo com as "coloridas" palavras de Almada Negreiros e com dois grandes poemas musicados :um eterno clássico de Florbela Espanca "Ser Poeta", cantado pelos Trovante e "Chamar a Música", poema de Rosa Lobato Faria ( a quem prestamos a nossa homenagem, uma vez que nos deixou há pouco tempo ainda), cantado por Sara Tavares.
Não podíamos deixar de divulgar alguns dos inúmeros poemas expostos, durante esta semana na Biblioteca,cujos autores são os nossos pequenos poetas. Apreciem e deliciem-se porque vai valer a pena...


Porque o poeta não tem nunca nada a dizer que seja imediato. Não é
imediato porque é para sempre, para qualquer momento em que o ouçam, para todo o instante em que o escutem.
Ao perder para sempre todo o sentido do imediato ganhou o título de príncipe para sempre. Mais do que os príncipes de sangue hereditário que fazem suceder o mesmo título através de várias gerações de vários indivíduos, o poeta guarda no seu nome pessoal o título de príncipe até ao fim do mundo.



José de Almada Negreiros

domingo, 14 de março de 2010

Chamar a Música



Esta noite vou ficar assim
Prisioneira desse olhar
De mel pousado em mim
Vou chamar a música
Pôr à prova a minha voz
Numa trova só p'ra nós

Esta noite vou beber licor
Como um filtro redentor
De amor, amor, amor
Vou chamar a música
Vou pegar na tua mão
Vou compor uma canção

Chamar a música
A música
Tê-la aqui tão perto
Como o vento no deserto
Acordado em mim
Chamar a música
A música
Musa dos meus temas
Nesta noite de açucenas
Abraçar-te apenas
É chamar a música

Esta noite não quero a TV
Nem a folha do jornal
Banal que ninguém lê
Vou chamar a música
Murmurar um madrigal
Inventar um ritual

Esta noite vou servir um chá
Feito de ervas e jasmim
E aromas que não há
Vou chamar a música
Encontrar à flor de mim
Um poema de cetim

Chamar a música
A música
Tê-la aqui tão perto
Como o vento no deserto
Acordado em mim
Chamar a música
A música
Musa dos meus temas
Nesta noite de açucenas
Abraçar-te apenas
É chamar a música


Poema de Rosa Lobato de Faria, cantado por Sara Tavares

Ser Poeta



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior

Do que os homens! Morder como quem beija!

É ser mendigo e dar como quem seja

Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!



É ter de mil desejos o esplendos

E não saber sequer que se deseja!

É ter cá dentro um astro que flameja,

É ter garras e asas de condor!



É ter fome, é ter sede de Infinito!

Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…

É condensar o mundo num só grito!



E é amar-te, assim, perdidamente…

É seres alma e sangue e vida em mim

E dizê-lo cantando a toda a gente!


Poema de Florbela Espanca, cantado por Trovante

quinta-feira, 11 de março de 2010

Para mim

Vejo na tua face
uma diferença notória
não sei se será apenas o desenlace
desta nossa velha história.

Não sei mais o que fazer
pois tu chegas com a força de um tornado
acabo sempre por me esconder
mas a minha vontade era de ficar a teu lado.

Para mim és um ser imaginário
alguém que era especial
mas, de repent, tudo se voltou ao contrário
e só me lembro daquele tempo crucial.

Agora respiro essa tua indiferença
e observo esse teu olhar
já não sinto a tua presença
mas isso acaba por não me afectar.

Inês Marques 9ºD

Sentir

Quando dá para te sentir,
só quero abracar-te,
não te vou mentir,
nunca soube o que é amar.

Tu fizeste-me saber o que era,
e eu quero viver esse sentimento,
não quero saber do futuro,
quero saber de ti neste momento.

São as tuas palavras e o teu sorriso,
que me fazem sonhar,
és muito importante,
só tens de acreditar.

Andreia M.

sábado, 6 de março de 2010

A Idade do Armário

Ser adolescente
É muito complicado
Temos borbulhas
Por todo o lado.

Fechamo-nos no quarto
Para estarmos sós
Fazemos aquilo que queremos,
Enfim, somos nós!

Aquilo que mais queremos
É estar com os amigos
Falamos, rimos, fazemos
Aquilo que preferirmos!

Estar com os pais
É uma grande seca
Dão-nos raspanetes e muito mais
Por falarmos calão uma “beca”!

Gostamos de falar
Sobre mexericos
E o primeiro tema a abordar
São os namoricos!

Os namoricos
Que os pais desconhecem
Porque não têm de saber
Todos os factos que nos acontecem!

Tiramos fotos para expor
No hi5 e facebook
Fazemos poses brutais
Para que comentem “grande look!”

Temos amigos sem fim
E são todos importantes
Escrevemos frases bonitas
Para que fiquem contentes!

Queremos ir a festas
Sair à noite com os amigos
Mas quando falamos nisso
Os pais põem-nos sobre castigos!

Falamos por internet
MSN é o que queremos
Com tanta tecnologia
Mal nos vemos!
Ir à escola
É uma obrigação
Só os intervalos
São a nossa solução!

Mascamos pastilha elástica
E usamos óculos de sol
Vestimos roupa fantástica
Esta na moda dizer “LOL”!

Nesta idade achamos
Que somos os melhores
Damos alcunhas aos amigos
E gozamos com os piores!

Usamos linguagem inapropriada
Em todas as ocasiões
Parece que achamos “fixe”
Dizer palavrões

Copiamos os tpc’s
Nos intervalos de quinze minutos
Safamo-nos como podemos
Até nos incriminamos uns aos outros!

Mandamos SMS
Já temos um vício nos dedos
Somos os maiores
Nesta idade não temos medos

Não pensamos no amanhã
Hoje é o que conta
Os erros pagam-se depois
Por termos uma cabeça tonta!

Temos desilusões
Só desabafamos com os amigos
Problemas com os corações
Que em poucos dias são esquecidos!

Reviramos os olhos
A tudo aquilo que não nos dá gozo
Não queremos tpc’s
Só pedimos repouso!

Na altura dos testes
Só temos duas opções

Ou fazemos cábulas
Ou estudamos e somos marrões!
Estão-nos sempre a dizer
Que um dia vamos ter de trabalhar
E que vamos perceber
O que a vida custa a ganhar!

“Ok” Tudo bem
Mas agora não quero saber
Sou adolescente
E só quero viver!!!

Sofia Aurélio 8ºD nº8