terça-feira, 28 de março de 2017

É com muito agrado que divulgamos alguns poemas elaborados pelos alunos do 2º vocacional, do curso de Manualidades, produzidos nas aulas de Português:


 Na senda de Alexandre O’Neill…
 A amizade é um pássaro
Que nos dá asas para voar;
Um amigo é uma janela
Que está sempre aberta para nós;
Um amigo é um animal
Quando é falso
Embora haja animais mais verdadeiros do que as pessoas

 (Poema coletivo, elaborado pelo 2º Vocacional de Manualidades)

 A vassoura ia a conduzir um carro.
A pá ia caminhando pela rua.
O lixo falou com elas:
-Querem sair comigo?
Ir a um bar?
Elas aceitaram e foi uma noite fixe!

 (Steven, 2º Vocacional de Manualidades)

 Uma porta abriu-se diante de mim
Espreitei lá para dentro e vi que não tinha fim
Entrei
E vi um homem que me disse assim:
 - Se ao fim queres chegar, por mim tens de passar!
E eu respondi:
 - Se, por ti, tenho de passar este conselho te vou dar: 
Sai de diante de mim, ou levas com um pudim!

 (Ricardo Mendes, 2º Vocacional, Manualidades)


Para o dia de S. Valentim… 

Quem me dera saber
Quanto custas
Fosse em prata, ouro ou diamantes…
Que preço teria eu de pagar
Só, por um só, teu olhar?
Que tenho de destruir
Para veres o meu sentir?
 Gostava de te roubar
Para no céu te beijar
E fugir da confusão…
 E tu, que queres, meu coração?

 (Nazar Bezkorovaynyy, 2º Vocacional, Manualidades)

segunda-feira, 20 de março de 2017

Para celebrar o Dia da Poesia, deixamos-vos um lindo poema de uma aluna que já pertenceu a este Agrupamento e que muitas saudades nos deixou....

Tu és a essência

Não és terra, não és mar
Quero-te ver, quero-te sentir
És a brisa suave deste pesado ar
És o céu estrelado que quero atingir.

Estamos sempre juntos
Como a raiz presa à terra
Completas-me como o Sol à Lua
Sinto-te ao meu lado quando ando na rua.

Vejo-te no escuro da noite
Ouço-te no silêncio da melodia.
Todo este medo me torna afoite,
Para mim és a luz de um novo dia.

Limpas cada lágrima que cai
Abafas cada grito de solidão
Não és alma que desaparece e sai,
És a batida que entoa no meu coração.
 

 Noémia Simões




)



















domingo, 12 de março de 2017

Seguem três bonitos poemas de Luana  e um de Fernando Pessoa que se enquadra nesta temática

Esquece a força para lutar

Esquece os dias de sol,
Esquece as notas, e a clave de sol.

Esquece tudo o que conheces,
Nada do que pensas que sabes, é verdade.
Não sei o que pareces...
Tenho muita saudade.

Extenuante, é a minha vida,
Cansada de viver, eu estou.
Tenho toda a lição de vida obtida,
Pessoa cheia de emoções e sou...

Esquece o amor,
Relembra a dor...

Passado... eu gostava de o reviver,
Nada de preocupações em crescer.

Com ninguém eu quero falar,
Com toda a gente me quero calar,
Sem força para lutar,
Nenhuma batalha eu sou capaz de travar...


Luana Nascimento. 7º A FEM


Sentimos a mesma dor 

Não quero acreditar que é verdade,
Estou longe de ti há tanto tempo...
É tão profunda a dor da saudade.

Quero mais!...
Não quero apenas falar ao telefone,
Quero ver as tuas feições, quero entender os teus sinais...
Lembras-te do último dia, aquele em cantámos pelo mesmo microfone...

Lembras-te daqueles dias de primavera,
Estávamos sentados no banco de jardim.
Éramos tão felizes naquela era.
Eu sei que continuas a gostar de mim...

Não quero acreditar que é verdade,
Estou longe de ti há tanto tempo...
É tão profunda a dor da saudade.

O destino é cruel...
Mas não vamos lutar,
Os dias dos rebuçados de mel...
No fim o amor vai triunfar.

Luana Nascimento. 7º A FEM


Mentira

Eu minto, tu mentes, ele mente,
Sobre algo, obviamente...

Eu minto, tu mentes, ele mente,
Sobre algo que se sente...

Eu minto, tu mentes, ele mente,
Só porque sim, por e simplesmente...

Mentir ou omitir a verdade,
Para experimentar, pela curiosidade...

Mentir para proteger,
As pessoas que querem crer...

Eu minto, tu mentes, ele mente,
Acontece, nem que se tente...

Uma grande mentira se conta,
Grandes consequências para uma confronta...

Eu minto, tu mente, ele mente....

Luana Nascimento. 7º A FEM


Cansaço


O que há em mim é sobretudo cansaço — 
Não disto nem daquilo, 
Nem sequer de tudo ou de nada: 
Cansaço assim mesmo, ele mesmo, 
Cansaço. 

A subtileza das sensações inúteis, 
As paixões violentas por coisa nenhuma, 
Os amores intensos por o suposto em alguém, 
Essas coisas todas — 
Essas e o que falta nelas eternamente —; 
Tudo isso faz um cansaço, 
Este cansaço, 
Cansaço. 

Há sem dúvida quem ame o infinito, 
Há sem dúvida quem deseje o impossível, 
Há sem dúvida quem não queira nada — 
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: 
Porque eu amo infinitamente o finito, 
Porque eu desejo impossivelmente o possível, 
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, 
Ou até se não puder ser... 

E o resultado? 
Para eles a vida vivida ou sonhada, 
Para eles o sonho sonhado ou vivido, 
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... 
Para mim só um grande, um profundo, 
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, 
Um supremíssimo cansaço, 
Íssimno, íssimo, íssimo, 
Cansaço... 

Álvaro de Campos, in "Poemas" 
Heterónimo de Fernando Pessoa