Este projeto começou na Escola Básica Frei Estêvão Martins, em Alcobaça e destina-se a todos os que veem o mundo através da Poesia. Hoje tem o tamanho do Agrupamento de Cister. Aqui todos os membros da comunidade escolar podem participar, escrevendo (com o seu nome ou usando um pseudónimo), lendo, enviando os poemas preferidos, participando nas atividades... Porque o mundo é mais bonito quando dito com palavras escolhidas!
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Quando olhei para os teus olhos
Longamente tristes,
Sequiosos
Como flor aberta
Nas sombras em busca do sol.
Vieram com o vento
E com as ondas
Através dos bosques
e dos campos da beira-mar.
vieram até mim,
estudante,
triste, dum país do Sul.
Andreia Resende 8ºG
Somos quase sempre o que pensamos!
O que pensamos!
E os pensamentos assolam-te
Devastam-te
Consomem-te
Pensas o que não queres
Queres o que jamais pensaste
Dúvidas,
Incertezas,
Façanhas,
Proezas
Se pensas que tudo é fácil
Contraria o pensamento
Há lutas no dia a dia
Levadas com sabedoria
Te dão grande ensinamento
E se pensares que és um ser forte
Audaz
Capaz
Então,
Segue esse teu pensamento
Ele dar-te-á o alento
Vencerás qualquer momento
Nunca penses desistir
Isso é sinónimo de fraqueza
Associa o pensamento
Ao Amor
À Beleza
À criação da Natureza
Mas já paraste para pensar
Que nem tudo é passageiro?
Uma sincera Amizade
Um Amor Verdadeiro
Pensa na dádiva da Vida
Do poder do pensamento
És o que nunca pensarias ser
Poderás ser muito, basta querer
E se pensas que pensaste
Que o pensamento é leal
Desengana-te!
Ele trai a cada instante
Tens de estar bem vigilante
Controla-o!
Não és tu afinal
O Ser mais especial?
Mas se um dia o teu pensamento
Te desviar da razão
Então,
Não entres em aflição!
Descobre bem lá no teu fundo
O poder do coração
Outubro 2011
Fany
Doce Maçã……de Alcobaça
Aqui temos pois um produto muito nosso: um poema feito por uma Poetisa da Escola sobre a Maçã de Alcobaça!
As entregas dos correios atrasam por vezes a chegada dos embrulhos. :-)
Era para estar aqui no dia da alimentação, mas uma Maçã de Alcobaça vai bem em todos os dias em que nos alimentamos. Sempre saudavelmente (e regionalmente, e poeticamente).
Doce Maçã...de Alcobaça
Num pomar tão bem cuidado
Ali mesmo à beira-mar
Passou uma lagarta pintada
Lustrosa e bem aprumada
Querendo ali se instalar
Escolhera para companheira
Uma acolhedora casinha.
Pendurada numa macieira
Redonda e tão rosadinha
Era a doce e bela maçã
Das margens do Alcoa e Baça
Fruto muito apreciado
Bem zelado e bem cuidado
Com o rótulo de Alcobaça
Bom dia, bela maçã!
Fiz uma longa caminhada
Venho pedir permissão
Para morar na região
Criar minha pequenada
Cá por mim, pode ficar
Se contribuir para o meu bem-estar!
Não se trata de mania
Mas é que tenho alergia
Às mordeduras e picadas
De vermes e suas ninhadas
Ora essa!
Não precisa ficar tão corada!
Não é já tão molestada?
Bem a comem à dentada
E até é fatiada.
Está bem mal humorada!
É que sou muito ecológica
Tenho a polpa consistente
Desprezo os pesticidas
Muito mais os fungicidas
Sou mesmo muito exigente!
Preservo aroma, sabor e graça
Pois entre todas fui eleita
Embaixatriz da minha raça.
Maio 2009 Fany
Rimas dos Traquinas
No Centro Escolar de Alcobaça, a turma do 2º C, com a Professora Patrícia, desenvolveu um trabalho poético, criando rimas com os nomes dos elementos da turma.
Para assinalar este feliz acontecimento criámos uma nova "etiqueta" no nosso blogue: 1ºCiclo de Poetas. Assim será mais fácil procurar as produções literárias dos mais jovens.
Obrigada.
Bem-vindos!
Até à próxima!
As professoras
Helena e Leonor
Rimas dos Traquinas
O Alexandre é um menino grande.
A Ana Mafalda traz sempre uma fralda.
A Beatriz Bento tem um ritmo lento.
A Beatriz tem comichão no nariz.
O Bruno é muito amigo do Nuno.
A Carolina é uma linda menina.
O Denis perdeu o ténis.
A Érica grita como uma histérica.
O Guilherme põe o dedo no creme.
O Guilherme Mateus diz sempre adeus.
O João, ao lanche, devorou um pão.
O João Francisco comeu um belo petisco.
A Letícia escreveu uma notícia.
A Maria Inês adora jogar xadrez.
A Maria Luísa sabe fazer pizza.
A Mariana comprou uma banana.
A Matilde nem sempre é humilde.
O Miguel saboreou um pastel de mel.
O Nelson é primo do Milton.
O Sandro é muito malandro.
A Sofia perdeu a sua afia.
A Sofia Páscoa quer uma maçã, então eu descasco-a.
O Tomás bebe um sumo de ananás.
O Vítor Emanuel fez um borrão no papel.
O Vítor Hugo fez festas num texugo.
Alunos do 2º C, do Centro Escolar (Professora Patrícia)
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Poesia
Melhor amiga ,
Companheira de todos os dias,
Fiel seguidora,
Que me acompanha,
Pelo mundo do amor
E pela estrada da esperança…
Muitas noites conversamos,
Com o silêncio sou feliz,
Não temos segredos,
Tudo o que é meu
Também te pertence…
Nosso destino
É viver um para o outro,
Sonhamos juntas,
Somos almas gémeas
em cada verso,
passeamos pelos trilhos da imaginação,
não temos ciúmes
e nunca a saudade fará de nós
uma lembrança do passado…
no meio da noite
sinto a tua presença,
procuro inspiração,
levanto-me
e vou para a janela,
espero uma estrela cadente
que tu convidaste para passear nos meus versos…!
Andreia Resende, 8ºG
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Dia da Alimentação - 16 de Outubro
Tempos houve em que os grupos humanos gastavam muita energia para conseguirem algum alimento: imagine-se a energia gasta nas grandes caçadas ou na recolecção de alguns frutos e raízes dispersos num imenso vale! Actualmente parece que muitas pessoas consomem muito mais valores energéticos do que aqueles que gastam: daí surgem muitos problemas, como a obesidade, a diabetes e outros.
Por isso consideramos muito importante chamar a atenção para a necessidade de ter uma alimentação equilibrada e, como não podia deixar de ser, também na Poesia encontramos muitos trechos sobre o assunto.
Aqui deixamos alguns, de poetas consagrados, dos dois lados do Atlântico:
Os frutos
Pêssegos, pêras, laranjas,
Morangos, cerejas, figos,
Maçãs, melão, melancia,
Ó música de meus sentidos,
Pura delícia da língua;
Deixai-me agora falar
Do fruto que me fascina,
Pelo sabor, pela cor,
Pelo o aroma dos sílabas:
Tangerina, tangerina
Eugénio de Andrade
Poema às massas
Amassa a massa o padeiro,
vende massa o merceeiro,
usa massa o vidraceiro
e também o cozinheiro.
Na Avenida e no Rossio
passam massas populares,
as canções que as massas cantam
vão voando pelos ares.
Ó ladrão, senhor ladrão,
responda, mas não se zangue,
a mania de roubar
está-lhe na massa do sangue?
Perdi todo o meu dinheiro,
fui pedir massa emprestada,
mas a massa que me deram,
vejam - foi massa folhada!
Uma massa, outra massa...
Com tanta massa amassada,
digam lá se este poema
não é mesmo uma maçada!
Luísa Ducla Soares
Sentimental
Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.
Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!
- Estás sonhando? Olhe que a sopa esfria!
Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências, um cartaz amarelo:
"Nesse país é proibido sonhar."
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 9 de outubro de 2011
Consigo ver por entre o teu olhar
É estranha esta sensação de liberdade
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Eis que nos chegam os primeiros poemas deste ano letivo, continuam bonitos e espelham muito do vai na lama desta poetizas, que ao longo dos últimos anos partilharam connosco textos muito expressivos.
Elas partiram... Iniciaram um novo percurso no ensino secundário, e desde já fazemos votos para que tudo corra pelo melhor nesta nova etapa escolar; para nós é particularmente perceber como se mantêm unidas a nós e a este cantinho onde a poesia é rainha...
Não sei o que fazer
Estou presente,
Mas a minha alma
Paira sobre outra praia,
Uma praia calma,
Calma mas agitada
Desnorteada, assustada
E mais alguns acabados em «Ada»!
Estou na aula,
Aparentemente atenta,
Mas a minha cabeça
Vai de oito a oitenta
Sem que nenhuma parte de mim estremeça
Até que…
Algo ou alguém captou a minha atenção
Foi como disparar o meu coração!
De repente as minhas mãos começam a tremer
Porque nem acredito que voltaste atrás para me ver!
Eu nunca pensei
Que alguma vez pudesse conhecer
Alguém como tu
Alguém que em poucos dias
Se tornou «NA» pessoa!
Acho que nem acreditarias
Se te dissesse o quanto me fazes tremer
Cada vez que te vejo
De cada vez que estive para falar contigo
Mas que não fui capaz!
Hoje em dia os computadores ajudam
Ajudam mas não deviam de ajudar
Porque assim vou para sempre continuar
A tremer cada vez que para ti olhar!
Não sei o que fazer
Estás sempre no meu pensamento,
Na minha cabeça quase que parece um julgamento!
Em que o réu é o meu coração!
Será que o juiz o vai declarar culpado?
E o crime será paixão?
Não sei o que fazer,
Para parar de tremer…
Onde estás agora...
Onde estás agora que quero adormecer
onde estás agora que quero voar
sem ti nunca mais voltei a ter amanhecer
sem ti estou a tentar recomeçar.
Não vale de nada pensar
num final há já muito anunciado
pois tal como começou acabou por terminar
com um intenso olhar gelado.
Tudo mudou como da noite para o dia
naquele jardim deixei de te ver passar
recordo os momentos em que contigo sorria
mas que agora eu quero apenas apagar.
Gostava de ter tido tempo para te dizer
que nem tudo foi em vão
porque graças a ti acabei por entender
que na vida há sempre uma razão.
Inês Marques
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Parabéns Manuel!
É com muita alegria que noticiamos que Manuel Lopes, que foi durante 5 anos aluno desta escola, recebeu, no passado sábado, o prémio de melhor aluno do Secundário da Escola Secundária D. Inês de Castro, em Alcobaça.
Fomos ambas professoras do Manuel e queremos aqui deixar, pessoalmente, as nossas felicidades para o percurso que agora inicia no Instituto Superior Técnico.
Porque a poesia está presente nos momentos especiais, aqui deixamos um poema a todos os alunos que, como o Manuel, vão marcando a nossa vida docente.
Aos que passam pela nossa vida
Cada um que passa na nossa vida passa sozinho...
Porque cada pessoa é única para nós, e nenhuma substitui a outra.
Cada um que passa na nossa vida passa sozinho, mas não vai só...
Leva um pouco de nós mesmos e deixa-nos um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito, mas não há os que não levam nada.
Há os que deixam muito, mas não há os que não deixam nada.
Esta é a mais bela realidade da vida...
A prova tremenda de que cada um é importante
e que ninguém se aproxima do outro por acaso...
Saint-Exupéry (1900-1944)