segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


Poema de Natal - Fernando Pessoa


Natal… Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade !
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei !

Eu queria ser Pai Natal - Luísa Ducla Soares


Eu queria ser Pai Natal
E ter carro com renas
Para pousar nos telhados
Mesmo ao pé das antenas.
Descia com o meu saco
Ao longo da chaminé,
Carregado de brinquedos
E roupas, pé ante pé.
Em cada casa trocava
Um sonho por um presente
Que profissão mais bonita
Fazer a gente contente!

Natal


Natal, é para ser todos os dias.
Nos nossos corações, nas nossas mentes.
O Natal não está nos presentes, está na ajuda ao próximo e na compreensão.
É darmos as mãos e sentirmo-nos irmãos.




UM “TOQUE” NATALÍCIO


Prega-se, implora-se
Por um pouco mais de humanidade
E aproveita-se esta quadra
Em atitude encenada
Para banir a desigualdade

E os crentes e descrentes
Revêm-se nestes desejos
Reprovam tanta vaidade
Com frases de fatalidade
Muitas, ditas com gracejos

Amor, histeria
Muitos donativos, hipocrisia
Misturam-se numa receita
Que nem de todo é perfeita!

Iluminam-se as cidades
Agendam-se celebrações
Fazem-se apelos à união
Unânimes numa missão
De travar as divisões

E tocam em tantos corações...

Mas porquê só nesta quadra
Que deveria ser abençoada
Se criam tantas ilusões,
Falsas expetativas nas multidões?

Sejamos honestos!
Um pouquinho mais de bondade.
O ano tem tantos dias
Para reviver o “Messias”
Prestar solidariedade!

Deixemo-nos de fantasias
E de procurar protagonismo
E discretamente ajudarmos
Sem nada em troca cobrarmos
Pormos de parte o egoísmo

E este espírito de Natal
Dia a dia o construirmos
No trabalho, em cada momento
Num total envolvimento
Sem nunca o próximo ferirmos

Um Feliz e Santo Natal.

      FM de Quod








terça-feira, 6 de novembro de 2012

GRATIDÃO


 
 

Obrigada

Pelo ar que se respira

Pelas ínfimas coisas que nos passam despercebidas

Pelas palavras sentidas,

por algumas lágrimas vertidas

 

Obrigada

Pelas manhãs mais agitadas

Quando as crianças zangadas não nos conseguem perturbar

E enfrentamos mais um dia,

com uma imensa alegria

 e vontade de ajudar

 

Obrigada

Pelo trabalho, tantas vezes árduo,

Pelas censuras, desilusões, pelas falsas amizades e frustrações

Mas por saber que no final

fortaleci, sou mais leal

 

Obrigada

Pela brisa fresca das manhãs

Pelas gotinhas de orvalho, suspensas naquele galho

Pelo perfume das flores

Pelo arco-íris, pelas cores

 

Obrigada

Pela difícil caminhada do saber e pela dádiva do conhecimento

Pelas frases já descritas

Pelas palavras não ditas

Pelo dom do pensamento

 

Obrigada

Pelo pão de cada dia, pelos risos, pela alegria

Pelos percalços da vida que nos dão grandes lições,

Pelas fraquezas, inseguranças,

pelas pequenas lembranças

que inundam nossos corações

 

Obrigada

Pelo rosto enrugado dum velhinho

Pelo tempo já passado

Contigo sempre ao meu lado

Vigiando de mansinho

 

Pela paz, pela fraternidade

Por um soluço contido

Pelo abraço mais sentido

Duma sincera amizade

 

Obrigada

Pelo amor

Cantado por tantos poetas

Vivido por mentes abertas que nos fazem levitar,

Que une o ser mais imperfeito

anulando qualquer defeito

no enlace matrimonial

 

Obrigada

Por esta caminhada ao teu lado, de mão dada,

Obrigada,pela VIDA !                                                       
 
 
Fany 2012
 
 
 

 

PEQUENAS GRANDES COISAS


A felicidade é um acumular de pequenas grandes coisas

do dia a dia

Onde adicionamos doses de amor,

Pitadinhas de alegria

 

E esses ingredientes

Fortes e consistentes,

Pintados de aromas e cores,

Guarnecidos de doces sabores

São suave melodia

 

Como uma caminhada na praia

Ou o cheirinho da maresia.

Uns salpicos de água na saia,

Loucuras e fantasia…

 

Como um entardecer à lareira

uma conversa animada

Ateiam a brincadeira

Lançam achas à fogueira

Prenúncios da madrugada

 

Carícias suaves na face

Pela brisa leve do vento

E mesmo que a chuva a molhasse

E o relógio do tempo parasse

Prolongaria esse momento

 

Um amanhecer lado a lado

Momentos de euforia

Um cabelo desalinhado

O calor de um doce afago

Corações em sintonia

 

Um olhar cúmplice e furtivo,

Um pensamento intuitivo

Palavras que não direi,

Respostas que não terei

De um amor correspondido

 

Como o perfume delicado de uma flor

Um jardim florido de quimeras

O riso franco de uma criança

Memórias de uma meiga infância

O recordar das primaveras

 

Doce aconchego de mãe

Saudades de quem a não tem

Momentos de generosidade

Laços fortes de uma amizade

São eternos e fazem bem

 

E por mais que tu procures

Nos desencontros do passado

As pequenas grandes coisas

Caminham bem ao teu lado

 

Ser feliz não é pecado !
 

   Fany – agosto 2012

 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

POEMAS DE OUTONO


CANÇÃO DE OUTONO

Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o própro coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...

           Cecília Meireles

Em uma Tarde de OutonoOutono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas 
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto. 
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas 
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto... 

Por que, belo navio, ao clarão das estrelas, 
Visitaste este mar inabitado e morto, 
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas, 
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto? 

A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos 
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos... 
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol! 

E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste, 
E contemplo o lugar por onde te sumiste, 
Banhado no clarão nascente do arrebol... 

Olavo Bilac, in "Poesias"


sábado, 20 de outubro de 2012

Regresso às aulas

Benvindos a todos os nossos colaboradores, leitores e seguidores, que seja mais um ano cheio de poesia. Para recomeçar, escolhemos um poema de Guerra Junqueiro, que expressa a sua visão sobre a escola portuguesa. Até breve.
 
A Escola Portuguesa

Eis as crianças vermelhas
Na sua hedionda prisão:
Doirado enxame de abelhas!
O mestre-escola é o zangão.

Em duros bancos de pinho
Senta-se a turba sonora
Dos corpos feitos de arminho,
Das almas feitas d'aurora.

Soletram versos e prosas
Horríveis; contudo, ao lê-las
Daquelas bocas de rosas
Saem murmúrios de estrela.

Contemplam de quando em quando,
E com inveja, Senhor!
As andorinhas passando
Do azul no livre esplendor.

Oh, que existência doirada
Lá cima, no azul, na glória,
Sem cartilhas, sem tabuada,
Sem mestre e sem palmatória!

E como os dias são longos
Nestas prisões sepulcrais!
Abrem a boca os ditongos,
E as cifras tristes dão ais!

Desgraçadas toutinegras,
Que insuportáveis martírios!
João Félix co'as unhas negras,
Mostrando as vogais aos lírios!

Como querem que despontem
Os frutos na escola aldeã,
Se o nome do mestre é — Ontem
E o do discíp'lo — Amanhã!

Como é que há-de na campina
Surgir o trigal maduro,
Se é o Passado quem ensina
O b a ba ao Futuro!

Entregar a um tarimbeiro
Um coração infantil!
Fazer o calvo Janeiro
Preceptor do loiro Abril!

Barbaridade irrisória,
Estúpido despotismo!
Meter uma palmatória
Nas mãos dum anacronismo!

A palmatória, o açoite,
A estupidez decretada!
A lei incumbindo a Noite
Da educação da Alvoradal

Gravai na vossa lembrança
E meditai com horror,
Que o homem sai da criança
Como o fruto sai da flor.

Da pequenina semente,
Que a escola régia destrói,
Pode fazer-se igualmente
Ou o assassino ou o herói.

Desta escola a uma prisão
Vai um caminho agoireiro:
A escola produz o grão
De que a enxovia é o celeiro.

Deixai ver o Sol doirado
À infância, eis o que eu vos peço.
Esta escola é um atentado,
Um roubo feito ao progresso.

Vamos, arrancai a infância
Da lama deste paul;
Rasgai no muro Ignorância
Trezentas portas de azul!

O professor asinino,
Segundo entre nós ele é,
Dum anjo extrai um cretino,
Dum cretino um chimpanzé.

Empunhando as rijas férulas
Vós esmagais e partis
As crianças — essas pérolas
Na escola — esse almofariz.

Isto escolas!... que índecência
Escolas, esta farsada!
São açougues de inocência,
São talhos d'anjos, mais nada.

Guerra Junqueiro, in 'A Musa em Férias'


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Palavras que nunca te direi

As palavras que nunca te direi
Nunca da tua boca as ouvirei
Dizem "que amor é fogo que arde sem se ver"
Por isso, o meu vais sempre ter.

Eu senti que não conseguia viver
Sem te ver
Não paro de procurar o teu olhar
E para sempre, a tua imagem quero conservar.

Sem ti, a minha vida não faz sentido
Rejeitaste-me e fiquei com o coração partido,
Tu és o caminho do meu destino
Difícil de percorrer...


Se eu tivesse coragem para te dizer o que sinto
Nunca mais sairíamos daqui
Porque não há forma de descrever
A beleza que há em ti.

Ruben Lima 7ºC

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Balada da Neve

Por sugestão da Professora Cristina Fernandes publicamos hoje um poema que, tradicionalmente, os meninos aprendiam antigamente na escola. Um bocadinho de neve no nosso verão. O autor do poema é Augusto Gil.

E quantas vezes eu neguei

E quantas vezes eu neguei


por entre esta dor que sentia

que és o melhor que eu encontrei

que o que fazes comigo é pura magia.





Nunca nos deixaram falar

e eu que deixei tanto por dizer

peço-te que não finjas querer lutar

agora que tudo acabou por morrer.





O que magoa não é recordar

mas sim sentir por momentos

algo que gelou com esse olhar

e que quebrou os meus sentimentos.





Pede-me tudo menos para fugir

eu não posso, eu não quero voltar

por favor não penses em desistir

vamos neste instante fazer o tempo parar.
 
Inês Marques

terça-feira, 15 de maio de 2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Os Novos Lusíadas

No dia 4 de Maio de 2012 foi lançado um novo livro de Vasco Graça Moura, que resolveu assinalar 50 anos de vida literária "com uma homenagem útil a Camões": Os Lusíadas Para Gente Nova", publicado pela Gradiva.

Aqui deixamos um excerto, com esperança de motivar novos leitores entre a gente nova.

"Sabemos muito pouco de Camões,
Mal sabemos quem foram os seus pais,
Quanto ao seu nascimento há discussões,
Dos seus estudos não se sabe mais.
Passou dezassete anos aos baldões
Na Índia em paragens orientais.
Fazia belos versos muitas vezes.
N'Os Lusíadas canta os Portugueses.

(...)

Para o fazer, Camões usou a oitava
Que é feita de oito versos a rimar
Até aos sexto as rimas alternava,
Nos dois finais a rima vai a par.
Com oitavas assim, organizava
Essa história que tinha de contar
Em cantos que são dez e a nós, ao lê-los,
Espanta como pôde ele escrevê-los.

(...)

Parece hoje uma banda desenhada
E afinal a gente não estranha
Que o Super-Homem voe, e nos agrada
O Senhor dos Anéis, o Homem-Aranha,
E tantos divertindo a criançada
Com repentina e mágica façanha,
Usando seus poderes sensacionais,
Batman, Harry Potter, muitos mais..."

Vasco Graça Moura 

domingo, 6 de maio de 2012

DIA DA MÃE

No dia em que se celebra o Dia da Mãe, escrevi dois poemas que gostaria de partilhar com todos , o primeiro dedico à minha mãe, uma companheira e amiga sem igual; o segundo é dedicado aos meus três lindos filhos que me enchem de mimos todos os dias e são o meu bem mais precioso.


Mãe

É grande este nome,

Ele contém toda a leveza,

Toda a subtileza de um ser superior

Que me protege, acarinha e encoraja

A seguir um caminho individual

Obrigada mãe!





SER MÃE

Ser mãe é maravilhoso

É acompanhar um crescimento,

Presenciar o desenvolvimento

Acreditando num futuro grandioso.



Ser mãe é singular

É ralhar carinhosamente,

Secar os olhos calmamente

E continuar a amar.



Ser mãe é simples

É entrelaçar corações,

Partilhar emoções

E ensinar a ser livre.



Ser mãe é um privilégio

É a eterna jovialidade,

Acalentada pela bondade

Num domínio régio.



É único ser a Mãe

Do Bruno, do Henrique e do Xavier

Eles são a fonte de energia

De uma vida repleta de magia.



Obrigada filhotes!


Helena Rodrigues









quinta-feira, 3 de maio de 2012

LIVRO

Livro
um amigo
para falar comigo
um navio
para viajar
um jardim
para brincar
uma escola
para levar
debaixo do braço.

Livro
um abraço
para além do tempo
e do espaço.

Luísa Ducla Soares

No âmbito da leitura e interpretação da obra Menina do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen os aluno do 5ºF deram asas à imaginação e fizeram estes lindos poemas.

Se eu fosse uma menina do mar

gostava de ir nadar e nunca me cansar
Seria fascinante ir ao fundo do mar, e sonhar
Ver os jardins de anémonas
as flores que são irrequietas
e nunca param quietas

Inês Rodrigues, nº 7, 5ºF


Se eu fosse um menino do mar

Se eu fosse um menino do mar
brincaria com algas e rochas
e detestaria fogo, lume…
e tochas.

Se eu fosse um menino do mar
seria um excelente nadador
e falaria sempre com a água,
não guardava nenhum rancor.
Se eu fosse um menino do mar
seria bonito e fortalhão,
trabalharia toda a vida
para ser rei dos mares ou Tritão
Se eu fosse um menino do mar
como os que vejo na televisão
faria, talvez quase tudo
para segurar um grande bastão
Serei um menino do mar,
isto se Deus quiser.
Mas eu quero e hei-de conseguir,
faça ele o que fizer.
Guilherme Pereira, nº 9, 5º F

Ah, se eu fosse uma menina do mar

Se eu fosse uma menina do mar

Nadava nas águas salgadas
Ia aos navios afundados
Que lembravam épocas passadas.
Partia da areia
Onde eu tinha nascido
E ia em diante
Pelo mar perdido.

Ia ver os caranguejos
Eram grandes fileiras
E nas ruas aguadas
Inventava brincadeiras.
Agarrava as ondas
Que eram minhas amigas
E as algas matreiras
Pregavam-me partidas.
Ia para as rochas
Nas noites de luar
Pensar em como é bom
Ser a menina do mar.
Ai como eu
Me podia esquecer?!
As conchas são amigas
Que não se pode perder.
Nadava dia e noite
Pelo mar ia passear
Depois tirava um tempo
Para ir descansar.
Ah! Se eu fosse
A menina do mar
Adormecia
Em ti a pensar.


Beatriz Contente 5ºF


Se eu fosse uma menina do mar

Se eu fosse uma Menina do Mar
Ia procurar tesouros escondidos,
Algo iria encontrar,
Talvez um novo amigo!

Um amigo para me ajudar
A descobrir algo novo
E para me aventurar
Num mundo espantoso!

Descobria um tesouro maravilhoso,
Que mais parecia ouro,
Tinha um bilhete de um pirata,
Um pirata carinhoso.

Tânia Rodrigues 5ºF


Se eu fosse o menino do mar


Se eu fosse o menino do mar,
saltitava e dançava no mar
como um bailarino,
à frente da raia a tocar sino.
No fundo do mar
estava um peixe a boiar
na água transparente
que acabara finalmente.
Se eu fosse o menino do mar
veria um peixe no ar.
Se eu fosse o menino do mar
veria um peixe no ar,
caindo a cantar
depois, na água, a saltar
Um dia na praia
estava eu deitado na areia
a comer com a boca cheia
olhando para uma menina de saia.
No último dia da minha vida
estava a noite caída
e quando eu ia sair
da armadilha da raia, tive que fugir!


    Jialong Ye, 5º F

Se Eu fosse uma menina do mar


Ah! Se eu fosse uma menina do mar,
nadava, nadava até
encontrar o meu lar!


Ah! Se eu fosse uma menina do mar,
saltava, saltava
nas rochas a
dançar e a cantar!


Ah! Se eu fosse uma menina do mar,
utilizava as algas
macias do mar
para me deitar!


Ah! Se eu fosse uma menina do mar,
deitava-me nas rochas a
olhar para o luar!

          Mariana Fragoso, 5º F


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Bem no fundo

No fundo, no fundo,
Bem lá no fundo,
A gente gostaria
De ver nossos problemas
Resolvidos por Decreto

A partir desta data,
Aquela mágoa sem remédio
É considerada nula
E sobre ela - silêncio perpétuo

Extinto por lei todo o remorso,
Maldito seja quem olhar para trás,
Lá prá trás não há nada,
E nada mais

Mas os problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
E aos domingos saem todos passear
O problema, sua senhora
E outros pequenos probleminhas.

Paulo Leminski (1944-1989)
Porque eu acreditava
mesmo quando não vinhas
eu sempre te encontrava
nesse sorriso que tinhas.

Porque eu sei esperar
mas tu sabes fugir
de nada serve amar
se o teu dom é partir.

Porque eu aguentava
e não desistia de sonhar
mas enquanto eu tentava
tu apenas me sabias magoar.

Porque nada tenho comigo
o tempo tudo levou
a minha vida fazia sentido contigo
mas agora o fim da linha chegou.

Inês Marques

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Questão de Pontuação

Todo mundo aceita que ao homem
cabe pontuar a própria vida:
que viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca);


viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia);
viva equilibrando-se entre vírgulas
e sem pontuação (na política):


o homem só não aceita do homem
que use a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive
o inevitável ponto final.


João Cabral de Melo Neto (1920-1999)

Adecedário

Vá, não entres aí
Isso é um advérbio de modo
E embora te pareça um particípio passado
é um adjectivo e às vezes um presente.

Fica parado à saída: está a chover
Dentro dessa frase quem anda ao sol molha-se muito
É um discurso idiomático e por isso
onde está o pronome é o substantivo.

Junta-te ao ponto e vírgula: custa menos
do que escrever com pontinhos nos is
quando as reticências nos confundem
com exclamações ou verbos no futuro.

Os conjuntivos na oração nunca se entendem:
e por isso, dizem, é que os agás são mudos.

João Garção

Sonho

Nessa noite eu tive um sonho!
Sonhei que …
Foi a última vez que olhei para os teus olhos
Foi a última vez que vi aquele sorriso na tua cara
E foi a última vez que te vi sofrer
Nesse momento acordei …
Olhei em redor… e reparei
A vida não é símbolo de tristeza, mas sim de alegria …
A vida tem de ser vivida como um jogo…
temos derrotas e vitórias
E quando o jogo chega ao fim,
ou perdemos ou ganhamos …

Carolina Madeira, 5º C

LÁGRIMAS SOLTAS

LÁGRIMAS…
CAEM TRISTEMENTE NO MEU OLHAR
O VENTO AS LEVA…
PARA NUNCA MAIS VOLTAR

SERÁ QUE VOLTAM?
COM O NASCER DA MADRUGADA…
OU COM O CAIR DA NOITE!

LÁGRIMAS SOLTAS…
VOLTAM TRISTEMENTE PARA O MEU OLHAR

TAYTI

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Este constante querer ter-te

Este constante querer ter-te
e saber que não te tenho
mesmo quando quero ver-te
tu não sabes de onde eu venho.

Perdi-me apenas por segundos
cruzei os braços mas não esqueci
que a linha que separa os nossos mundos
essa eu nunca a vi.

As tuas desculpas meti-as de lado
junto às lembranças que me deixaste
o ponteiro nesse instante ficou parado
esperando por esta lágrima que não levaste.

As tuas palavras ficaram por revelar
as minhas arrependo-me de as dizer
que me interessa ser sincera e achar
que talvez um dia me vás compreender.

Inês Marques

quinta-feira, 22 de março de 2012

No Dia Mundial da Poesia na nossa Escola







Houve uma largada de balões no Dia da Poesia.





Cerca do meio-dia do dia 21 de Março subiram aos céus, largados das mãos dos alunos da nossa escola, muitos balões coloridos com mensagens poéticas. Com cada conjunto de balões voaram estrofes dos Lusíadas e da Mensagem, de Luis de Camões e de Fernando Pessoa, respetivamente. São os nosso maiores poetas!





Dizem que Portugal é um país de poetas. E ontem, voaram vários da nossa escola pelas mãos dos alunos do Ateliê de Poesia e de Educação Moral e Religiosa Católica.






quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Mundial da Poesia

Dizem que é dia da poesia, todos os são...
«Poeta o que é?
Um homem que leva
o facho da treva
no fundo da mina
...- mas apenas vê
o que não ilumina»

José Gomes Ferreira

quinta-feira, 15 de março de 2012

SER FELIZ

É crescer harmoniosamente
e viver intensamente!

É caminhar, é rir e também chorar
É sentir, saber para onde ir
É poder escolher, o caminho a seguir
É um aconchego, um abraço
Caminhar na areia, descalço

É ir à Escola, estudar, aprender
É ter capacidade de dar, sem nada ter.
Agradecer!

É ler poesia, partilhar a alegria
É ser amigo, ser leal
É saber viver, acreditar
Agradecer, honrar
Nunca desistir, amar

É nunca fugir à verdade
É também sentir saudade
É ter o coração aberto,
É ajudar, mas ser discreto

É saber valorizar,
a vida, o calor do sol, o movimento do ar,
o cheirinho do mar

É ter um coração, mais forte que um leão!

É sentir-se acarinhado,
é amar e ser amado
Não ferir, não ser magoado

É ao ser chamado à atenção,
perceber uma repreensão,
Compreender a intenção.

É saber pedir perdão,
quando nos falta a razão.
É ser fiel, é dar a mão!

É ter capacidade para louvar
É saber ouvir, por vezes calar

É ser alguém especial!

Ser Feliz,

É nunca quebrar
A Felicidade de alguém

Fany (fevereiro 2012)

domingo, 4 de março de 2012

A tua ausência

Todos os dias são passados
Cada um mais silencioso
Cada um mais dúvidoso
Daquilo que hoje sentes,
Daquilo que amanhã sentirás
Sabendo que te espero,
Por mim esperarás?

Atrás de uma memória
Virá sempre uma esperança
Asseguir ao teu retrato
Imaginado na minha mente
Onde estás cada vez mais ausente,
Vem sempre uma lembrança!

Ontem tive-te,
Hoje já não!
E não há maior desilusão
Que a perca,
E o ganhar da solidão!

Por momentos tenho-te comigo
Por instantes sou feliz,
Quando o teu silêncio me diz,
Que ainda estou contigo!

Esse algo de pouco,
Esse tanto de nada,
Tira-me horas de sono
Onde eu te encontro em cada sonho
Mas dou sempre comigo
A sonhar acordada!

Fazes-me bem!
E no entanto tão mal!
Descobri que afinal
Tiras-te parte de mim
Do meu ser e da minha essência
Mas no veredito final
Para trás, e a mim
Só me deixaste a tua ausência!

Passam-se os dias,
E tu vais com eles!

Sofia Aurélio

Quando perdemos alguém que nos ensinou a viver...

Num dia de sol brilhante acordei…
Mas, nesse dia para mim, o sol escondeu-se,
Como se o mundo terminasse naquele momento …
Fechei as cortinas e não queria acreditar,
Nesse dia queria crer… que tinha tido um pesadelo
Naquele momento e ainda hoje tenho a certeza,
Que a vida é mesmo muito injusta …

Cada dia que me levanto penso…
É mais um dia sem… a
presença de alguém muito especial.
Esse alguém que me fazia sorrir,
Que me ajudou a crescer
Que me ensinou a saber ser feliz,
Que me fez ver o mundo de uma forma diferente …
Alguém que continua a olhar por mim...

A vida é uma peça de
teatro que não permite ensaios
Na vida temos de tudo…
Desde as pessoas que adoramos até às que não gostamos
Na vida nascem uns e morrem outros.
Perdemos os que mais gostamos!
O mais injusto da vida é como ela termina….

Carolina Madeira, 5º

Concurso "Faça lá um poema"

O concurso impôs-nos uma seleção muito restrita do talento poético que germina na nossa escola, nem todos podem ser vencedores , mas a beleza das palavras de cada um dos poemas que a seguir vos damos a oportunidade de conhecer revela o quão difícil foi a nossa escolha e o quanto nos orgulhamos dos nossos pequenos escritores.


Contagem

Um cintilante cristal
Um dia por esquecer
Um novo passado
Um recente futuro
Dois arco-íris
Dois infinitos
Dois meses passados
Dois correntes rios
Três cores preferidas
Três cruéis verdades
Três memórias esquecidas
Três fantasias trocadas
Quatro contas erradas
Quatro erros cometidos
Quatro mentiras sentidas
Quatro melodiosas sinfonias
Cinco estrelas no céu
Cinco lágrimas no chão
Cinco sorrisos perfeitos
Cinco dedos tem uma mão
Seis velas acesas
Seis velas apagadas
Seis gotas de chuva
Seis chamas alaranjadas
Sete dias da semana
Sete distantes caminhos
Sete pedras cortantes
Sete gestos macios
Oito corações magoados
Oito oiros encontrados
Oito jóias resplandecentes
Oito papoilas vaidosas
Nove jogos derrotados
Nove sentimentos perdidos
Nove promessas quebradas
Nove figuras diferentes
Dez flores floridas
Dez amargos sentidos
Dez espelhos partidos
Dez números proferidos.

Rita Silva 9ºB



Algo

Sinto algo a palpitar
Bem cá dentro de mim
Será sangue ou será água
Não sei mas não tem fim

Espero vir a descobrir
Para te poder contar
Ao meu ser, dentro de mim
O único em quem posso confiar

O suor beija a minha cara
Como algo me faz pensar
Será o sol, será o vento
Que os meus segredos irá desvendar

Algo me quer dizer
Algo me quer contar
Algum sentido tem
E vou ter de o desposar

Sinto algo a palpitar
Bem cá dentro de mim
Será algo com certeza
Que eu vou ter de descobrir

Quando bate mais forte
Sinto o céu a desabar
Os sonhos vão caindo
E as estrelas voam no mar

Às vezes desaparece
Mas volta logo a correr
Sinto muito a sua falta
Pois faz parte do meu ser

É o meu local especial
Para fugir do dilúvio
Só eu conheço o caminho
Que vai dar a este refúgio


Não existem palavras
Para o descrever
Bate dentro de mim
É o que tens de saber

Sinto algo a palpitar
Bem cá dentro de mim
É algo certamente
Espero que nunca tenha fim


Maria Teresa Manzarra
Nº10 9ºB




Sentimento do coração

Quero contar-te uma coisa
Que sinto no fundo do meu coração
Não podes contar a ninguém
Guarda-o na palma da tua mão

Não contei a mais ninguém
A não ser a ti e a mim
És a única que compreende
E não olha para o fim

Algum dia desta vida
Espero vir a entender
O que cá faz este sentimento
Que não consigo perceber

É oculto e misterioso
Nem a cara pode dar
Sei pouco sobre ele
Mas um dia o vou olhar

Não existem palavras
Para o descrever
Agora que está dentro de mim
Não o vou mais esconder

Quero contar-te uma coisa
Espero que venhas a perceber
Acho que já consigo
De alguma forma entender

Um dia olhei pela janela
Numa noite de luar
Empoleirei-me no parapeito
E via as estrelas a dançar

Falavam umas com as outras
Sobre algo importante
Faziam gestos com as mãos
E chamavam-lhe desconcertante

Então a mais brilhante
Olhou-as a todas de uma vez
Fez uma pausa muito longa
E contou até dez

Contou-lhes tudo sobre ele
Aquele sentimento colorido
Chamou-lhe então amor
E disse que tinha de ser vivido


Maria Teresa Manzarra
Nº10 9ºB


Momento

Como pude
fazer algo tão estúpido, tão marado.
Deixar-te
ali pendurado, à chuva todo molhado ,
enquanto eu corria, sem saber o que fazia,
escolhendo de novo outra via, que não a certa.
Depois, fiquei parada.
Percebi que
corria para nada.
Virei-me para trás, à tua procura.
Será isso uma loucura?
Pensar em amar algo da qual fujo?
Pensar em beijar lábios escanzelados, macios e molhados
ali à chuva parados,
mas que nunca senti.
Não é loucura, é amor.
Não é de tal modo inovador, mas é de algum modo prometedor.
Sinto o encanto em cada recanto do grande pranto que carrego comigo,
por não ter conseguido seguir em frente.
Senti a dor e o temor,
isso sim inovador,
de que quando voltasse para trás
não estivesses lá, à minha espera.
Pendurado, parado, despenteado e com os lábios todos molhados.
Isso sim prometedor, não inovador,
pois sinto que talvez esperarias por mim,
mas de tal forma encantador.
E no meio de toda a dor e fulgor,
voltei para trás,
com esperança de finalmente sentir osteus lábios escanzelados, macios e molhados,
de tal forma torneados,
que a ninguém podiam ser melhor associados.
Então voltei, pisei, chorei, cantei, pensei, deixei,
enquanto numa fração de segundo,
tudo voltava a ser como estava destinado.

Maria Teresa Manzarra
Nº10 9ºB


Sonhos

Lágrimas nascem e desabrocham
Na minha face maltratada
Partiste-me o coração
E agora preciso de ser maltratada

Preciso de compreender
Porque te deixei para trás
Porque escondi o coração
Em todas as eras más

Olho-te agora
Com mais do que uma emoção
Dás-me luz, dás-me esperança
És a minha inspiração

Peguei num caderno e escrevi
Como me fazias sentir
Como és perfeito ao meu olhar
Como não suportaria ver-te partir

No meubolso, bem guardada
Está escritauma carta
Escrevi-a com o coração
E já pensei em entregar-ta

Às vezes sonho demais
Com juvenis contos de encantar
Sonho em abraçar-te
E que finalmente te posso alcançar

Que te posso contar
Tudo o que eu já senti
Posso ler-te depois
Tudo o que sobre ti escrevi

Mas tudo não passa de um sonho
Algo belo e jovial
Lágrimas caem de novo
E tudo volta ao normal.


Maria Teresa Manzarra
Nº10 9ºB



Toque de
Magia

Como o teu belo sorriso
Brilhante me alicia
Podemos sim dizer
Que foi um toque de magia

Como o teu suave toque
Me queima e acaricia
Como ficou a tua mão
De repente, tão macia

Quando olhas para mim
Como o teu olhar brilha
E tudo à tua volta
Sobre ti se movia

Como entras de rompante
Assim, tão galante
Como o meu olhar o queria
O teu toque de magia

És confiante, um pinga-amor
Um pobre, jovem sonhador
Quando o teu sorriso se move
Sobre ti, tudo se envolve

Como teu toque de magia
Queima lírios e lírias
Como então acordaria
Sem saber o que sentiria

Não sabes os bens
Que possuis ou tens
Quando entras com esplendor
Percorre o ar, o amor.

Esteja chuva ou esteja sol
Esteja uma noite quente ou fria
Antes de adormecer, o que eu queria
Era o teu toque de magia.

Maria Teresa Manzarra 9ºB

Era uma vez uma lágrima
Que de vez em quando precisava de sair,
Mas eu queria que ela ficasse presa
E então comecei a sorrir.

O sorriso guerreava com a lágrima.
E ela teimava em sair,
Mas como o sorriso é mais forte
A lágrima passou a pedir .

Ela pedia muita vez
Para sair cá para fora
Mas o sorriso era constante
E ganhava sem demora .

Mas a lágrima tanto queria e não podia
Que começou a ficar maior
O sorriso não queria
Porque achava que assim era melhor.

A lágrima continuou a crescer
Até já parecia uma bolha de ar
O sorriso não aguentou mais
E eu desatei a chorar .

Entretanto já aprendi
Que nunca se deve ignorar
Senão começa a encher
E o saco vai rebentar .

Agora vou sempre deixá-la sair
Sempre que ela quiser
É só ela pedir
Sempre que lhe apetecer.

Raquel Freitas; 9ºB; Nº15


A LÁGRIMA

Era uma vez uma lágrima
Que de vez em quando precisava de
sair
Mas eu queria que ela ficasse
presa
E então comecei a sorrir.

O sorriso guerreava com a lágrima
E ela teimava em sair
Mas como o sorriso é mais forte
A lágrima passou a pedir

Ela pedia muita vez
Para sair cá para fora
Mas o sorriso era constante
E ganhava sem demora

Mas a lágrima tanto queria e não
podia
Que começou a ficar maior
O sorriso não queria
Porque achava que assim era
melhor

A lágrima continuou a crescer
Até já parecia uma bolha de ar
O sorriso não aguentou mais
E eu desatei a chorar

Entretanto já aprendi
Que nunca se deve ignorar
Senão começa a encher
E o saco vai rebentar

Agora vou sempre deixá-la sair
Sempre que ela quiser
É só ela pedir
Sempre que lhe apetecer.

Raquel
Freitas; 9ºB; Nº15


Se eu fosse um instrumento…

Se eu fosse um instrumento,
Seria uma guitarra;
Para nas tardes de verão
Acompanhar a cigarra.

Se eu fosse um instrumento,
Seria um tambor;
Porque assim tocava
Com muito fervor.

Se eu fosse um instrumento,
Seria um piano;
Para tocar a despedida
Aobaixar do pano.

Se eu fosse um instrumento,
Seria uma bateria;
Para animar a festa
Com a minha alegria.

Se eu fosse um instrumento,
Seria uma caixa chinesa;
Tocaria todos os dias
Para acabar com a tristeza.

Se eu fosse um instrumento,
Seria um violino;
E a todos os músicos
Dedicaria um hino!
Maggie



O Amor

Quantas vezes já tentei
Uma vez por todas te esquecer
Só ainda não percebi
Porque é que nunca o consigo fazer.

Podem gozar que eu não me importo
Pois é contigo que eu quero estar
E só tenho pena
Que não me possas amar!

Cada vez que te vejo
Sinto um aperto no coração
Só queria que de uma vez por todas
Me pudesses dar a tua mão.

Acho que ainda não percebeste
O quanto és importante para mim
E quando é que vais compreender
Que o meu amor por ti não tem fim.


És e sempre serás
O meu grande amor,
Mas também serás
O que me causou mais dor.

Não fazes ideia
Do quanto me fazes sofrer
Quando de mim foges
E dizes que não me queres ver.

Espero que um dia
Possamos ser felizes
E viver com a cabeça no ar
Como um bando de perdizes

Quando leres isto
Pode ser que percebas o meu amor
E que entendas de uma vez
Que haverá sempre um sofredor

Neste caso fui eu
E espero que não
Sofras o que eu sofri
Pois partiste-me o coração.
Lutarei por ti
Até depois da minha morte
E espero que seja desta
Que esteja com sorte.

Agora grito para todo o mundo
Sem a mínima dor
Que nunca amarei ninguém
Como te amo a ti, amor!

Ângela Baptista 7ºC

Concurso "Faça l

quinta-feira, 1 de março de 2012

Concurso "Faça Lá um Poema"

Este concurso, promovido pelo Plano Nacional de Leitura, recebeu contributos até ao final do mês de Fevereiro.
Na nossa escola houve vários concorrentes e com muita qualidade.
Infelizmente, teve de ser feita uma seleção: só podia ser selecionado um poema por ciclo.

Todos os poemas que nos chegaram serão aqui publicados.

Hoje damos a vez aos "eleitos", que são o João Tavares,do 5ºC e a Maria Teresa Manzarra, do 9ºB, a quem apresentamos os nossos parabéns.


A música

Para mim a música é baril
Quem me dera poder enfiá-la num barril
Ou então,comê-la com caril

Às vezes a música faz-nos pensar
Outras,dá-nos vontade de dançar
De mexer os pés e por os braços no ar

Mas também nos pode fazer chorar
Ou então simplesmente sonhar
Com tudo aquilo que nos faz amar

A música é comunicação universal
Capaz de animar um Carnaval
Oude nos manter quentes no Natal

A música é tão simples e tão bela
Que pode ser feita com uma panela
E tocada na Ópera ou na janela

João Tavares,5ºc,nº14


Imaginação

Ninguém acredita em magia
No mundo donde eu venho
Ninguém pensa no amor
Esses pensamentos, só eu os tenho

Acreditam na realidade
Que tudo é lógico e racional
Mas estão iludidos
Pois o que pensam, pensam mal

As cores, as luzes, os sonhos
São de uma infinidade
Podem ir do simples
Até à excentricidade

Mas com um toque
Tudo vai mudar
Vão todos passar
A acreditar

N a magia e nos sonhos
Nas letras e nas palavras
Nos triângulos e nos cubos
Pois sozinhos não valem nada

Agarra-os todos de uma vez
Guarda-os bem na tua mão
E aí vais descobrir
O que é ter imaginação

Maria Teresa Manzarra, nº10, 9ºB

Agora é só aguardar o resultado a nível nacional. Boa sorte!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval

A poesia também vos convida a "sambar" no Carnaval...

Soneto de Carnaval
Distante o meu amor, se me afigura
O amor como um patético tormento
Pensar nele é morrer de desventura
Não pensar é matar meu pensamento.

Seu mais doce desejo se amargura
Todo o instante perdido é um sofrimento
Cada beijo lembrado é uma tortura
Um ciúme do próprio ciumento.

E vivemos partindo, ela de mim
E eu dela, enquanto breves vão-se os anos
Para a grande partida que há no fim

De toda a vida e todo o amor humanos:
Mas tranquila ela sabe, e eu sei tranquilo
Que se um fica o outro parte a redimi-lo.

Vinicius de Moraes, in 'Antologia Poética'


A noite dos mascarados
Quem é você, adivinha se gosta de mim
Hoje os dois mascara...dos procuram os seus namorados perguntando assim
Quem é você, diga logo que eu quero saber o seu jogo
Que eu quero morrer no seu bloco, que eu quero me arder no seu fogo
Eu sou seresteiro, poeta e cantor
O meu tempo inteiro só zombo do amor
Eu tenho um pandeiro, só quero um violão
Eu nado em dinheiro, não tenho um tostão
Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar
Eu sou tão menina, meu tempo passou
Eu sou colombina, eu sou pierrô
Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal, deixa a festa acabar, deixa o barco correr
Deixa o dia raiar que hoje eu sou da maneira que vo...cê me quer
O que você pedir eu lhe dou, seja você quem for
Seja o Deus quiser

CHICO BUARQUE

Um Carnaval

Vem ao baile vem ao baile
Pelo braço ou pelo nariz
Vem ao baile vem ao baile
E vais ver como te ris

Deixa a tristeza roer
As unhas de desespero
Deixa a verdade e o erro
Deixa tudo vem beber

Vem ao baile das palavras
Que se beijam desenlaçam
Palavras que ficam passam
Como a chuva nas vidraças

Vem ao baile oh tens de vir
E perder-te nos espelhos
Há outros muito mais velhos
Que ainda sabem sorrir

Vem ao baile da loucura
Vem desfazer-te do corpo
E quando caíres de borco
A tua alma é mais pura

Vem ao baile vem ao baile
Pelo chão ou pelo ar
Vem ao baile baile baile
E vais ver o que é bailar.

O'Neill, Alexandre- Poesias completas, INCM

Nada me importa

Sabes que eu não detinha a razão

nem queria este caminho para mim

mas conseguiste atingir o meu coração

e eu tentei negar que fosse assim.




Eu tentei resistir a um sentimento

tentei não me deixar levar

tentei não me render a um momento

tentei negar quem eu queria amar.




Tudo isto me mata lentamente

queria não ter de viver presa a ilusões

o que estou a sentir não podia ser mais coerente

mas para esta vida não há grandes definições.




Os dias são longos, as horas banais

já não importa o que estou a sentir

não me interessam as pessoas nem os locais

se eras apenas tu quem me fazia sorrir.


Inês Marques

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Dia dos Namorados



Há muitas formas de celebrar o amor que temos uns pelos outros. Numa escola, onde diferentes gerações se cruzam diariamente, estabelecem laços, uns são efémeros e frágeis, mas outros, eu ousaria dizer a maioria deles, são sólidos e resistem ao passar do tempo e ao desgaste do dia a dia.
O Ateliê quis, quis mais uma vez, mostrar como a poesia pode ser uma poderosa aliada na construção de laços, promovendo a atividade "Escolhe um poema para o teu amor". Os alunos tiveram ao seu dispor 19 poemas de autores consagrados que puderam endereçar para o destinatário escolhido. No dia 14 de fevereiro os poemas foram entregues em mão pelos "cupidos" contratados, todos eles alunos do 7ºC.( Álvaro António, Mara Inácio, António Justiniano, Inês Santos, Filipa Coutinho e Vasco Oliveira).


Uma das frases poéticas mais foi enviada foi esta de Victor Hugo, simples, mas cheia de significado:

"A maior felicidade é a certeza de sermos amados, apesar de sermos como somos"


São inúmeros os poemas que aqui poderíamos deixar para sinalizar esta data. A nossa escolha recai sobre um dos heterónimos de Fernando Pessoa:


O Amor é Uma Companhia

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais
depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir
vendo tudo.

Mesmo a ausência dela é uma coisa que
está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as
árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que
sinto na ausência dela.

Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol
com a cara dela no meio.

Alberto Caeiro

Na música também são constantes as referências ao amor, aos encontros e desencontros que o mesmo proporciona.Ouve porque o amor também se propaga através das notas musicais, que por vezes nos reconfortam na nossa tristeza, nas nossas lembranças e saudades.






Someone Like You

Adele




I heard that you're settled down
That you found a girl and you're married now
I heard that your dreams came true
Guess she gave you things, I didn't give to you

Old friend
Why are you so shy
It ain't like you to hold back
Or hide from the light

I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight it
I hoped you'd see my face and that you'd be reminded
That for me, it isn't over

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah

You'd know how the time flies
Only yesterday was the time of our lives
We were born and raised in a summery haze
Bound by the surprise of our glory days

I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight it
I hoped you'd see my face and that you'd be reminded
That for me, it isn't over yet

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah

Nothing compares, no worries or cares
Regrets and mistakes they're memories made
Who would have known how bitter-sweet this would taste

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remembered you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remembered you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah, yeah

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Volta para mim

Desde que partiste
Não penso em mais ninguém,
pois é difícil crer
é difícil acreditar
que nós já não estamos bem.
Quero que tu ouças
aquilo que eu te digo
podemos ser amigos...
Só nos estamos a afastar,
olhar para ti,
não te poder tocar,
é um tormento...
Volta para mim,
quero mostrar-te um lugar bem bonito
onde ninguém pode entrar,
aí poderás ver
o teu e o meu nome
escritos no céu, ao luar.
A minha vida és tu!
és tu que dá brilho ao meu olhar...
Volta,
pois és tudo o que eu quero,
por ti espero.
é complicado entender,
é complicado acreditar,
saber que é difícil,
nós voltarmos a encontrar-nos...
O tempo passa,
eu ando à deriva,
gosto de ti!
Quero resolver o que pode ser resolvido,
faltas tu...
Por favor,
dá-me a tua mão,
quero sentir novamente
que estou no teu coração...
Dá-me forças para te conquistar
e de novo acreditar...
Dá-me força,
que me dê razão para voltar!
Deixa-me voltar um pouco atrás...
Certamente, também sentes a minha ausência...
Volta para mim!

Xana

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Na escuridão

No escuro
Eu gosto de estar,
Faz-me sonhar,
Pensar no meu dia a dia…
Imagino coisas que são irreais,
Que não existem…
É como se fosse
A minha escuridão sonhadora
A escuridão
Por vezes pode assustar,
Mas a mim não me assusta…


Andreia Resende

Não há meio de voltares a chamar

Não há meio de voltares a chamar
por mim naquele tom baixinho
talvez eu nunca mais volte a pintar
as cores daquele nosso caminho.


Quando ao longe te vejo ir
sabes que eu queria estar por perto
a vida acabou por não o permitir
muito por culpa desse teu rumo incerto.


A porta fechou-se e contigo desapareceu
aquele retrato que ainda guardava
tu não sabes bem o que aconteceu
mas a explicação pode nunca vir a ser revelada.


Tu não podes voltar a negar
que não sofres, que nada sentes
sabes que eu sei ler esse teu olhar
e nele está bem escrito que mentes.

Inês Marques

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Eu não sei

Eu não sei
se fico ou vou.
Eu não sei
se tudo acabou,
tu és tudo para mim.

Também não sei se quero voltar,
a minha dor é grande,
o amor aumentou.
Tu foste desejo,
o sabor que me encantou.
Foste o poder da paixão,
que sempre me fascinou.

Ensinaste-me a ver para além do infinito
a ultrapassar a linha do horizonte.
Já sorri, já chorei,
já perdi, já venci
já fui aquela que amaste
e por quem choraste,
já fui aquela que odiaste
e que nunca perdoaste.

Não ignoro o que sentes
não desprezo o que dizes
só venero a ideia de um dia sermos felizes.
Acredita no destino
Põe a mão na consciência
e pensa no teu passado...

Será que ainda vale a pena?
Será que eu sou tão especial?
Será que tu ainda pensas em mim?
Não sei mais como fazer
para simplesmente te dizer
o que ainda por ti sinto...

20/12/11
Xana

O passado ( não volta)

Partir ou ficar
desistir ou perdoar
um amor, um abraço, um beijo
ignorar...
Tantos atos prometidos,
julgados sem razão,
criados ou esquecidos,
perdidos na imensidão.

Erros, vitórias,
conquistas e batalhas
que eu gosto de vencer...
Mas, eu assumo as minhas falhas
porque as vais negando?

Fiquei na solidão, mas
foste tu que eu amei.
É tarde para assumir,
para o dizer,
para chorar,
mas eu nunca te vou esquecer.

Um sorriso,
uma palavra,
uma expressão que me seduz;
no escuro, tu és a luz.

Uma palavra,
um verso,
uma quadra que te descreve,
eu escrevo o que ninguém escreve.

Tu és a minha inspiração,
que me lembra o passado
em que chorámos e sorrimos abraçados,
as promessas que fizemos,
os pactos que não cumprimos,
simplesmente,
sentimentos não consentidos
por pessoas egoístas
que nos queriam separados.

triunfaram, pobres coitados.
Aqui fica o meu perdão
espero que não seja em vão.
Foi difícil perder-te
não mais sentir o teu olhar.
Foi difícil abraçar-te,
tendo vontade de beijar-te.

Percebi a importância
que na realidade tinhas,
se certo ou errado
nada sei dessa verdade...

Depois de conquistas e batalhas
falámos cara a cara.
Bons momentos recordámos
mas sem saber onde encontrar a solução.

Relação de amizade
estranhamente foi mantida.
Eu queria acreditar
na ponte que construías
pareceu-me que o teu olhar não mentia.
Fazes parte da minha vida.

30/12/11 Xana