Bem, meu Deus nunca
roubei
Nem assassinei
e nem a minha mulher “adulterei”
Renuncio ao baptismo
Em remissão dos pecados
Nunca roubei tudo
Foi só um bocado de
cada vez…
Rezei muito a Deus e a
Maria
Sabia lá eu que quando
morresse
Com nada ficaria
E que as orações não me
serviriam?!
Não compreendo:
Não é pagar muito
Um par de sapatos, 80
reis
O preço é baixo
E felizes os demais.
Sempre pensei que muito
podia pecar
E depois, era só falar
Com o padre e me
confessar
O prior dizia
“Meu filho”, um Pai Nosso
e duas Avé Marias vais ter de rezar.
Eu rezava no dia
seguinte
Mas já novamente pecava.
Mas que triste fim
Eu vim ter
E na barca do inferno
Vou eu agora embarcar.
Entro agora na barca
Com a corda ao pescoço
Castigo merecido
Para quem tudo come
E nem deixa osso
Tenho falta de juízo
Para a minha idade
É tão verdade.
Miguel Mendinhas, 9ºB
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