segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Confissão do Sapateiro



Bem, meu Deus nunca roubei
Nem assassinei
e nem a minha mulher “adulterei”

Renuncio ao baptismo
Em remissão dos pecados
Nunca roubei tudo
Foi só um bocado de cada vez…

Rezei muito a Deus e a Maria
Sabia lá eu que quando morresse
Com nada ficaria
E que as orações não me serviriam?!

Não compreendo:
Não é pagar muito
Um par de sapatos, 80 reis
O preço é baixo
E felizes os demais.

Sempre pensei que muito podia pecar
E depois, era só falar
Com o padre e me confessar
O prior dizia
“Meu filho”, um Pai Nosso e duas Avé Marias vais ter de rezar.

Eu rezava no dia seguinte
Mas já novamente pecava.
Mas que triste fim
Eu vim ter
E na barca do inferno
Vou eu agora embarcar.

Entro agora na barca
Com a corda ao pescoço
Castigo merecido
Para quem tudo come
E nem deixa osso

Tenho falta de juízo
Para a minha idade
É tão verdade.


Miguel Mendinhas, 9ºB


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