Aqui ficam duas belas composições poéticas para marcar estas transformações naturais.
Primavera
Namorou-se uma princesa
Dum pajem loiro e gentil;
Chama-se ela - Natureza,
Chama-se o pajem - Abril.
A Primavera opulenta,
Rica de cantos e cores,
Palpita, anseia, rebenta
Em cataclismos de flores.
(...)
Tudo ri e brilha e canta
Neste divino esplendor:
O orvalho, o néctar da planta
O aroma, a língua da flor.
Enroscam-se aos troncos nus
As verdes cobras da hera.
Radiosos vinhos de luz
Cintilam pela atmosfera.
Entre os loureiros das matas,
Que crescem para os heróis,
Dá o luar serenatas
Com bandas de rouxinóis.
É a terra um paraíso,
E o céu profundo lampeja
Com o inefável sorriso
Da noiva ao sair da igreja.
Guerra Junqueiro(in Tesouro Poético para a Infância, antologia - org. Antero de Quental-1877)
Natureza morta
Natureza, amiga...
Por que te castigam?
Se tu nos proporcionas tanta alegrai!
Se nos enches de vida!
Por que te torturam?
Tu que é a mãe suprema
das plantas, dos animais...
Forneces-nos o papel onde escrevemos
Poesias, canções, histórias de encantar...
Como podem poluir o teu doce aroma, o teu fresco ar?
A missão tão importante
Por que fica esquecida?
O que é supérfluo, cultivam...
O que salva, perde a vida.
" Sejamos guardiões desta obra de arte"
Cláudia Duarte, nº 4, 9ºE
.
Sem comentários:
Enviar um comentário