A alimentação é uma das necessidades básicas do Homem que sempre ocupou parte do seu tempo e das suas energias.
Tempos houve em que os grupos humanos gastavam muita energia para conseguirem algum alimento: imagine-se a energia gasta nas grandes caçadas ou na recolecção de alguns frutos e raízes dispersos num imenso vale! Actualmente parece que muitas pessoas consomem muito mais valores energéticos do que aqueles que gastam: daí surgem muitos problemas, como a obesidade, a diabetes e outros.
Por isso consideramos muito importante chamar a atenção para a necessidade de ter uma alimentação equilibrada e, como não podia deixar de ser, também na Poesia encontramos muitos trechos sobre o assunto.
Aqui deixamos alguns, de poetas consagrados, dos dois lados do Atlântico:
Os frutos
Pêssegos, pêras, laranjas,
Morangos, cerejas, figos,
Maçãs, melão, melancia,
Ó música de meus sentidos,
Pura delícia da língua;
Deixai-me agora falar
Do fruto que me fascina,
Pelo sabor, pela cor,
Pelo o aroma dos sílabas:
Tangerina, tangerina
Eugénio de Andrade
Poema às massas
Amassa a massa o padeiro,
vende massa o merceeiro,
usa massa o vidraceiro
e também o cozinheiro.
Na Avenida e no Rossio
passam massas populares,
as canções que as massas cantam
vão voando pelos ares.
Ó ladrão, senhor ladrão,
responda, mas não se zangue,
a mania de roubar
está-lhe na massa do sangue?
Perdi todo o meu dinheiro,
fui pedir massa emprestada,
mas a massa que me deram,
vejam - foi massa folhada!
Uma massa, outra massa...
Com tanta massa amassada,
digam lá se este poema
não é mesmo uma maçada!
Luísa Ducla Soares
Sentimental
Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.
Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!
- Estás sonhando? Olhe que a sopa esfria!
Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências, um cartaz amarelo:
"Nesse país é proibido sonhar."
Carlos Drummond de Andrade
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